Não há como fugir...
Como diz a minha mãe é o que temos mais certo.
Hoje quero vos contar um caso, uma situação.
Doente do sexo masculino, com mais de 90 anos, tetraplégico, infecção respiratório, estado comatoso, insensibilidade à dor.
Aqui entra o sentido da vida, o sentido da enfermagem e o sentido da saúde. Não vou discutir temas como a eutanásia, pelo menos não neste post, o que pretendo falar é sobre os chamados DNR ( Do Not Resuscitate).
Este senhor de que vos falei nao tinha indicação de DNR, num destes dias faleceu e fizemos tudo, mas tudo mesmo...mas foi insuficiente. O senhor faleceu, contactada a família, após a reacção inicial, o filho revelou sentir-se..aliviado.
Pode parecer frio, estranho o que quiserem chamar, mas aquém ja esteve nesta situação compreende que este sentimento de alívio nao é mais que uma demonstração de amor pelo ente querido e que em nada contradiz os sentimentos de tristeza, angustia, solidão e saudade que sentimos nestes momentos.
Voltando ao tema dos DNR, em conversa com uma amiga que nada têm haver com enfermagem nem com saúde ela diz que nao compreende como se pode "não fazer nada" perante uma situação de paragem cardiaca. Lógicamente não tem DNR devido à paragem cardiaca mas sim devido a toda a sua situação clínica irriversivél e que é fonte de dor e sofrimento para a família, mas principalmente para o doente.
Infelizmente a morte faz parte da vida, o que importa é viver cada dia como sendo o mais especial:)