Novembro 25 2008

 

  Aproveitei o tempo livre..(infelizmente que o tenho mas pronto..) para ver o filme Blindness realizado pelo Fernando Meirelles baseado no livro do José Saramago.

 

  Admito que não sou o fã número 1 do nosso prémio nobel mas gostei particularmente deste livro e por isso foi com muita curiosidade que assisti ao filme.

  A visão que o Fernando Meirelles tem do livro é a que qualquer um de nós teve e isso percebe-se em vários momentos do filme quando passam pelos nosso olhos cenas tal como imaginámos quando lemos o livro.

 

  É um filme duro e até cruel, mas para passar a mensagem que o José Saramago queria só podia ser deste modo.

  Como li num qualquer blog este filme é um murro do estâmago e um abanar de consciência que nos envolve durante largos momentos.

 

  Após ver o filme, fico com a sensação que somos todos muitos pequenos e que sendo assim não temos o direito de criticar seja quem for, porque a cegueira neste filme, é um obstáculo para as pessoas, mas sabemos que ao longo da vida deparamo-nos com outros tão diferentes mas que insistimos em pensar que é o pior possivel.

 

  O exemplo que nos é dado, até pode ser interpretado de varios modos, mas certamente é consensual na relativização da vida e nas priorização que damos a coisas e factos que comparados com outros...são irrelevantes...

  As vezes a maior cegueira é aquela quando nao queremos ver o que os nossos olhos veem e perdemos tempo a arranjar desculpas ocas de sentido.

 

  Ainda sobre o filme...é de realçar o desempenho absolutamente fantástico da Julianne Moore e do Mark Ruffalo..

 

 Aconselho vivamente que vejam este filme...Blindness por Fernando Meirelles.

 

 

publicado por enfermeiro_de_serviço às 17:45

Novembro 25 2008

Obrigado por passares para palavras o que é tão difícil de dizer apesar de sentirmos com tanta intensidade.
Já disse aqui mais que uma vez...mas insisto..ela escreve muito bem:)
Aqui vai a letra de mais música da grande Mafalda Veiga:)

Mafalda veiga - Os imortais

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir

Eu sei que ainda somos imortais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se o meu caminho for para onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu te sei dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos dê em troca do que nos roubou
Às vezes fogo e mar, loucura e chão
Ás vezes só a cinza do que sobrou

Eu sei que ainda somos muito mais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se a minha vida for por onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu sei te dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

 

p.s. Como sempre podem  ouvir a música aqui no blog..basta procurar ali ao lado.
publicado por enfermeiro_de_serviço às 02:46

Novembro 18 2008

 

Contava me há dias uma amiga que tem ou tinha o hábito, infelizmente tão português, de achar que lá fora é que é bom e tudo é bem melhor.

Ela, enfermeira, acabou o curso há três anos e iludida por uma oportunidade que tardava em aparecer por cá, partiu ao desconhecido (demasiado desconhecido) e agarrou-se à ilusão que a sorte tinha chegado.

Chega lá, depara-se com um edifício degradado, com condições demasiado básicas e sendo um pais diferente e apesar de dominar a língua sentiu-se pela primeira vez longe..de tudo o que tinha deixado cá.

As semanas passam e o sonho desvanece e a ilusão da mudança acaba em cada não que ouve…não de “não podemos pagar já”…não de”não sabemos quando podemos pagar”…não de”não vale a pena insistir” demasiados não...

Perdeu a ilusão mas ganhou a experiência, não só a de ter trabalhado “lá fora”, mas a de que mesmo quando não conseguimos ver a saída, nem sempre a primeira parte que se abre é a correcta.

 

Não vale a pena também acreditar que isto só acontece lá fora, porque mesmo aqui em Portugal, nós, recém-licenciados, somos o alvo supostamente fácil  para trabalhar em condições que não correspondem ao mínimo exigído.

Todos nós conhecemos casos destes, amigos, conhecidos ou histórias que ouvimos em estágio...sabemos que é este o mundo que nos espera e temos saber como agir  perante estas situações.

E é isso que quero reforçar neste post…temos que saber não nos deixar levar pela primeira mão que nos é estendida e ter a noção de que apesar de precisarmos de uma oportunidade ela tem que ser justa e correspondente ao esforço que foi dispendido nos anos que passamos a estudar.

 

Àqueles que como eu estão a tentar sair desta encruzilhada de portas que nos insistem em fechar...tenham calma...

 

Quem sabe se a oportunidade certa…a tal…não estará mesmo ali?  

 

publicado por enfermeiro_de_serviço às 04:47

Novembro 11 2008

 

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental;


2º Não terás feriados, fins de semana ou qualquer tipo de folga;


3º Terás gastrite se tiveres sorte; se for como os demais, terás úlceras;


4º A pressa será teu único amigo e as suas principais refeições serão os lanches, pizzas, China in Box, etc...;


5º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se sobrarem cabelos;


6º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes cinco anos de trabalho;
7º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único;


8º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho;


9º Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contacto com outras pessoas loucas como você;


10º Terás sonhos com pacientes e, não raro, resolverás problemas dos mesmos nesse período de sono;


11º Exibirás olheiras como troféus de guerra;


12º E, pior... INEXPLICAVELMENTE GOSTARÁS DE TUDO ISSO...

 

recebido num e-mail

publicado por enfermeiro_de_serviço às 05:25

Novembro 03 2008

 

Passei os últimos dois dias a ler o último livro do escritor... José Rodrigues dos Santos..

 

Se nos primeiros livros conseguiamos ver indisfarçaveis traços jornalistícos a tomarem conta do enredo, neste livro temos uma historia de amor a tentar vencer factos históricos e crueis que assolaram a história recente de Portugal.

 

Uma história que no faz questionar as nossas lamúrias quotidianas em contraponto com épocas passadas. Um livro que o único defeito é ser difícil não o ler todo de uma só vez.

 

O livro é recente, mas aconselho vivamente a que "percam" algum do vosso tempo a ler esta história que nos é contada neste livro.

 

Depois de ter tido oportunidade de ler todos os outros livros do autor, a unica coisa que me apraz dizer é parabéns! sinceramente parabéns!

 

Recomendo a todos que ainda não o leram, " A vida num sopro" por José Rodrigues dos Santos.

 

Brilhante!

publicado por enfermeiro_de_serviço às 03:28

Novembro 02 2008

 


O tempo passa num tic-tac ferveroso de segundos de espectativa e horas de ansiedade..

 

 

 

 

 

À espera que o telemóvel se lembre de tocar para me dizer as palavras que quero ouvir..

 

 

 

 

 

Não...o ciclo mantém-se..imperturbável e frio...

 

 

 

 

 

 

Currículos..

 

 

 

 

 

 

Entrevistas....

 

 

 

 

 

 

Agora não precisamos, mas se for necessário entramos em contacto.

 

 

 

 

 

É este o ciclo vicioso que um recém-licenciado enfrenta..

 

 

 

 

 

Somos alertados durante o curso para o que nos espera..mas envolvidos entre estágios e exames, desvalorizamos e pensamos que quando for a nossa vez nao será assim tão difícil..

 

 

 

 

 

Puro engano ... o ciclo cima invade a nossa vida sem que nos apercebamos disso .

 

 

 

 

 

Em cada currÍculo  a esperança vaga que por momentos consegue vencer a desilusão de saber que somos um, só mais um..

 

 

 

 

 

Um ciclo viciado que tentamos, com as forças que a motivação nos deixa ter, quebrar  e poder mostrar que somos alguém, mas que nem sempre é facil de provar.

 

 

 

 

 

Sinto a falta de estar a fazer o que gosto, sinto falta de saber que sou útil mesmo quando tudo parece demasiado doloroso e que um sorriso ou uma palavra consegue mudar o mundo...

 

 

 

 

 

Sinto falta de chegar a casa e saber que fiz o que sei e o que posso para mudar, nem que seja por segundos a vida de alguém...

 

 

 

 

 

Preciso de chegar a onde me sinto bem e saber que naquelas horas somos o suporte de quem a vida tratou de fragilizar...

 

 

 

 

 

Sinto a falta de ser eu..

 

 

 

 

 

Sinto a falta de ser enfermeiro...mas...

 

 

 

 

 

.... o ciclo avança...imperturbável e frio..

 

 

 

 

 

publicado por enfermeiro_de_serviço às 04:14

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